segunda-feira

DE CUZCO AO LAGO TITICACA e BOLÍVIA

Na estrada para o Lago Titicaca

Lago Titicaca ao fundo

Diário
Dia 13 de outubro, quarta - De CUZCO A PUNO, às margens do Titicaca. 403 km rodados hoje. Total acumulado da viagem: 1532 km, sendo 1212 km no Peru.
a) Cumprimos, em menos de 5 h, o trecho entre Cuzco a Puno, ainda no território peruano. Puno fica às margens do Titicaca, o lago navegável mais alto do mundo, a 3820 m de altitude. Foi uma experiência maravilhosa, sempre pilotando nas alturas, que variaram de 3200 m (ponto mais baixo) e 4440 m (o mais alto), sob temperatura amena para a região, que variou entre 13 e 18 graus.
b) Minha moto, a BMW G650, está tendo desempenho fantástico com a gasolina do Peru. O consumo chegou a 36 km/l (com gasolina de 90 octanas). Tive que fazer uma regra de três, porque o combustível por aqui é vendido em galöes.
c) O lago Titicaca nos impressionou por seu tamanho e beleza. A cidade de Puno, como toda cidade peruana, tem trânsito caótico e não nos foi possível identificar se existe ou não alguma regra para se trafegar por aqui. Antes de chegar em Puno, passamos pela cidade de Juliaca, um dos piores tráfegos de veículos que experimentei até então, e passamos por algumas situçöes de risco, com caminhões invadindo a via preferencial bem em cima de nós. Depois do primeiro susto, resolvemos sempre dar passagem para quem entrava na pista ou mudava de faixa sem sinalizar. Rapidamente desistimos de confiar no "nosso entendimento" sobre quem teria preferência no trânsito.

Mercado indígena em Puno

Ilhas artificiais dos Uros, lago Titicaca

Barco de totora

Dentro de uma casa típica dos Uros

Ilhas artificiais dos Uros, lago Titicaca

Ilhas artificiais dos Uros, lago Titicaca
Dia 14 de outubro, quinta. Visitando as ilhas artificiais dos Uros e dormindo em Tiwanaco, Bolìvia.
ILHAS DOS UROS - Hoje fizemos um passeio maravilhoso pelo lago Titicaca para visitar as ilhas artificiais do Uros, feitas de adobe e totora (junco). São 2300 pessoas vivendo de um modo muito próprio, como doutores de um conhecimento raro e de alta complexidade. Não é mole construir uma ilha artificial do tamanho das que se vê por aqui. Cada uma abriga cerca de 4 famílias e possui seu próprio chefe. Há escolas, viveiros de plantas, criatórios de animais e locais de trabalho (geralmente artesanato). Os deslocamentos entre as diversas ilhas são feitos em barcos de totora, uma obra artesanal de rara beleza, que flutua com agilidade e segurança. Viver em ilhas flutuantes não é uma característica apenas deste povo. O antropólogo e navegador Thor Heyerdhal, no livro "Na Trilha de Adão", descreve que os Budumas, no lago Chade (centro africano), e o povo Madan, no Iraque, também vivem de forma semelhante. O Uros optaram por este tipo de moradia em torno de 1450, por não terem aceitado o domínio inca sobre a região. Uma realidade que nos encantou. Só estando lá para saber como foi fantástica esta experiência.
O passeio terminou por volta do meio-dia e resolvemos adiantar nossa viagem e seguir para a Bolívia (do outro lado do Titicaca), onde pretendemos visitar amanhã o sítio arqueológico da civilização tiwuanaco, bem mais antiga que a civilização inca, que se localiza na cidade com o mesmo nome. Um trecho rápido, mesmo considerando a demora nos procedimentos aduaneiros.

Fronteira Boliviana
Monolitos tiwanacos

Templo tiwanaco


Porta do Sol

Vista panorämica do sítio tiwanaco

Dia 15 de outubro de 2010, sexta. Em Ouro, Bolívia.
a) Chegamos a Tiwanaco, Bolívia, ontem no final da tarde. Passei mal durante toda a viagem. Não sei se por conta do mal da altitude ou por ensolação. Tive febre e calafrios desde o início da tarde (com acentuada piora de madrugada), vômitos e diarréia. Certamente, eu "me esvaí pelo vaso" nessas últimas 20 horas. Mesmo debilitado, não abri mão de visitar o sítio arqueológico da cidade pela manhã de hoje. Outra experiência a ser arquivada na memória para sempre. Mais uma aula de antropologia ao ar livre, sobre uma civilização atípica que dominou a região por um período milenar.
b) Tínhamos a  intenção de ainda hoje seguir em frente para conhecer a Carretera de la Muerte (Carretera dos Yungas), mas minhas condições físicas me fizeram mudar de idéia. Enfrentar a variação de altitude de 3600 m em apenas 65 km, as curvas e o trecho off road desta rodovia seria meio complicado no estado de debilidade em que me encontrava.
c) Depois de um sono reparador no início da tarde, resolvemos seguir para Oruro, onde chegamos antes de escurecer. Foi a primeira cidade com trânsito organizado que pegamos em território estrangeiro. A experiência de atravessar o anel viário de La Paz foi bastante desagradável. Uma hora e meia engarrafados entre vans e ônibus com trouxas coloridas no teto, nos obrigando a conduzir as motos quase sempre com um dos pés no chão.
d) Agora à noite, em Oruro, minha saúde foi 100% restabelecida, à base de muita água e mate de coca.

21 comentários:

Unknown disse...

Meus amigos... QUE INVEJA!!
GRANDE ABRAÇO E QUE SEJAM ACOMPANHADOS POR DEUS SEMPRE
MAURÃO
CXT GOIÁS

Skolado do Asfalto Moto Grupo disse...

bravos brasilienses. flavio, conheci vc no posto em cristalina mas nao tivemos tempo de conversar, eu estou acompanhando sua viagem e ao mesmo t4empo me roendo de inveja por nao estar junto com vcs nessa aventura, fiquei preocupado com o relato da variação de sua saúde, mas ao final da leitura confortado pelo reestabelecimento, abraços do skolado bostinha.

Skolado do Asfalto Moto Grupo disse...

bravos brasilienses. flavio, conheci vc no posto em cristalina mas nao tivemos tempo de conversar, eu estou acompanhando sua viagem e ao mesmo t4empo me roendo de inveja por nao estar junto com vcs nessa aventura, fiquei preocupado com o relato da variação de sua saúde, mas ao final da leitura confortado pelo reestabelecimento, abraços do skolado bostinha.

Anônimo disse...

bravos brasilienses. flavio, conheci vc no posto em cristalina mas nao tivemos tempo de conversar, eu estou acompanhando sua viagem e ao mesmo t4empo me roendo de inveja por nao estar junto com vcs nessa aventura, fiquei preocupado com o relato da variação de sua saúde, mas ao final da leitura confortado pelo reestabelecimento, abraços do skolado bostinha.

Anônimo disse...

bravos brasilienses. flavio, conheci vc no posto em cristalina mas nao tivemos tempo de conversar, eu estou acompanhando sua viagem e ao mesmo t4empo me roendo de inveja por nao estar junto com vcs nessa aventura, fiquei preocupado com o relato da variação de sua saúde, mas ao final da leitura confortado pelo reestabelecimento, abraços do skolado bostinha.

Max disse...

Grande Flávio, se cuida meu irmão, veja a alimentação e a qualidade da água, hein. Não esqueça da saúde, hein!
Espero que a moto esteja se saindo bem!?

Forte abraço.
Max Leitão

SevenUP disse...

Flávio, carpe diem ! Estamos acompanhando tudo aqui na SOF. Parabéns ! Abraço forte, Mario.

Anônimo disse...

Alex e Flávio,

Continuamos acompanhando a viagem.
As fotos estâo ótimas.
Quando chegarem vamos querer ver todas.
Sigam com DEUS.
Paulo Cesar

Jane disse...

Alexandre (meu super amigo) e Flávio (que ainda não conheço...rs),
adorei o blog... muito legal poder acompanhar a viagem de vcs... que bom que está dando tudo certo.
Um grande beijo e uma óóóóótima viagem...
Jane

renato disse...

estou te acompanhando todos os dias pelo o blog,to com saudades!
esperando ansioso sua volta!
bjos do seu filho RENATO

Walquiria Lanna e Melo disse...

Oi Flávio!

Estou acompanhando sua viagem e me deliciando com as fotos e os relatos. Ainda bem que está melhor.
Cuide-se bem e cuidado dobrado com a água por aí! Abração!
Wal

Washington Gomes disse...

Flávio, bom dia de viagem. Nós seguidores das suas viagens, temos o privilégio de conhecer todos esses lugares, com refinamento de detalhes que você sempre nos presenteia. Acho o trecho de Puno a Tiwanaco o mais crítico devido a altitude, bem que existe la coca rss. Continue com a hidratação, o mate é realmente ótimo. Curioso a BMW G650 com autonomia de 31.4 a 38.8 km/l (com gasolina de 90) octanas, aqui a CB 300R não faz mais do que 12Km/l com a Podium de 95 Octanas, claro que são totalmente diferentes, além de ser na cidade. Já nos carros a Podium se mostra excelente, pelo menos na minha 325i na cidade faz 10,0km/l 10,5km/l. Grande Abraço Faria e Alexandre

Unknown disse...

Alexandre, meu irmão, que viagem é essa ?!
Muito lindo. Acho que deve estar sendo uma experiência ímpar pra vocês. Espero que tudo corra bem até o final e vocês aproveitem ao máximo !
Um abraço,
Paulinho

Telma Ceolin disse...

Flávio, parabéns pela qualidade dos relatos e fotos. Dá gosto acompanhar a viagem de vocês. Continuem aproveitando muito que a gente vai pegando uma beiradinha aqui. Grande abraço pra você e para seu companheiro de viagem Alexandre. Da amiga jipeira que também gosta de aventura.

Black Dog - Claiton disse...

Show de bola Flávio!!!
As fotos estão espetaculares, aproveitem o máximo e continuem nos brindando com teus relatos.

Abração.

Desgarrado_Mumia disse...

CARA,

Muito bom, incrível!!!!!!!!!
Um dia ainda faço essa viagem.

Parabéns. Deus os acompanhe e proteja!!!

Anônimo disse...

Excelente viagem hein.... parabéns FFFFFFF..... sempre com Deus...


Beto Gaúcho

Gaitero disse...

Grandes Amigos,
mais algumas etapas vencidas dessa grande viagem. Estamos com vocês todos os dias, ávidos pelas notícias.
Farofa, se cuida, hein? Passar mal na estrada é muito ruin... Principalmente no Peru e Bolívia, fique atento ao que tomam e comem. Eu tive problemas com alimentação quando estive aí. No mais, divirtam-se!
abraço,
G.Gaitero.

Anônimo disse...

Caro amigo Flávio,
Nós aqui do Ministério da Integração Nacional estamos acompanhando sua viagem. Sensacional. Abraços de todos nós e cuidado com sua saúde heim?

branca de neve disse...

Querido Flavio,

Desejo felicidades. Estou adorando ler e acompanhar cada detalhe.

abs

Josiane

HARPIAS ESTRADEIRAS disse...

Flávio, parabéns pelos relatos, são bastante informativos. Gostaríamos de acessar as informações dadas nos relatos anteriores, de Maldonado a Cuzco, pois pretendemos fazer de moto este percurso. Já o fizemos de ônibus como mochileiros em 2008 , mas as rodovias tranoceânicas estavam em obras... e agora, como estão ? não conseguimos acessar suas postagens anteriores que se referem a este trecho... Abraços, Yo e Jurema